Atropelamento em faixa de pedestres resulta na morte de duas jovens de 18 anos; vítimas foram projetadas a 50 metros
Duas jovens de 18 anos infelizmente perderam a vida na noite da última quarta-feira (9), após serem violentamente atropeladas e arremessadas a mais de 50 metros enquanto atravessavam uma avenida movimentada em São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo. O acidente aconteceu por volta das 23h, na Avenida Goiás, no bairro Santo Antônio.
As vítimas atravessavam a via na faixa de pedestres quando foram atingidas por um carro em alta velocidade. Testemunhas relataram que o veículo parecia estar envolvido em uma disputa de racha com outro automóvel.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento da colisão. Um dos vídeos mostra que as jovens iniciaram a travessia com o sinal vermelho para pedestres. Já outra gravação indica que, no instante do impacto, o semáforo para veículos estava amarelo.
O motorista, identificado como Brendo dos Santos Sampaio, de 26 anos, é estudante de Direito e conduzia um Honda Civic. Segundo sua defesa, ele havia saído da faculdade e afirmou que trafegava entre 60 km/h e 70 km/h, embora não soubesse informar a velocidade exata no momento do acidente. A versão apresentada pelo advogado alega que Brendo não viu as jovens atravessando e que o semáforo estava verde para os veículos.
Foto de como ficou o carro após o acidente
A Secretaria da Segurança Pública, no entanto, afirmou que imagens obtidas pela Polícia Civil sugerem que o condutor trafegava acima da velocidade permitida. O teste do bafômetro apontou que ele não havia consumido álcool, mas uma contraprova foi realizada no Instituto Médico Legal (IML) — e o resultado ainda não foi divulgado.
Brendo foi levado à delegacia, prestou depoimento e acabou detido. Ele deverá passar por audiência de custódia nesta quinta-feira.
Vídeo do momento do ocorrido (Imagens Fortes)
O caso foi registrado no boletim de ocorrência como homicídio com dolo eventual, uma vez que, segundo o documento, o motorista teria assumido o risco ao praticar uma conduta extremamente perigosa em via pública, supostamente relacionada à participação em um racha.
Segundo o boletim de ocorrência, uma testemunha que trafegava em outro veículo relatou ter sido ultrapassada em alta velocidade por um Honda Civic momentos antes do acidente.
Foto do Honda Civic
De acordo com o relato, ao parar em um semáforo próximo a um mercado, o condutor do Civic alinhou seu carro ao lado do dela e, assim que o sinal abriu, acelerou de forma brusca, produzindo “barulho de pneu”. Em seguida, o veículo emparelhou com um Onix branco, e ambos passaram a trafegar em altíssima velocidade, como se estivessem disputando um racha.
Minutos depois, a mesma testemunha avistou as duas jovens caídas no chão e o Honda Civic parado nas proximidades do local do atropelamento.
Vínculo que a tragédia não apagou
Entre as vítimas estavam Isabela Priel Regis, aluna de um curso técnico na área da saúde, e Isabelli Helena de Lima Costa, sua grande amiga. As duas mantinham uma relação de forte amizade e estavam juntas naquela noite especial para celebrar um novo começo: uma delas havia sido contratada recentemente e iniciaria no novo trabalho na semana seguinte.
Foto de Isabela Priel Regis e Isabelli Helena de Lima Costa
Elas haviam passado em uma adega antes de voltarem para casa, ainda envoltas na alegria da conquista e na cumplicidade de anos de convivência. A comemoração, no entanto, terminou de forma trágica e repentina.
