O DIA EM QUE UMA CENA DE “O EXORCISTA” CAUSOU DESMAIOS EM MASSA NOS CINEMAS E FOI PROIBIDA EM ALGUNS PAÍSES
Em 1973, o mundo ainda não estava preparado para o que “O Exorcista” traria às telonas. Dirigido por William Friedkin, o filme não só marcou um novo patamar para o terror psicológico, como também causou reações físicas reais nos espectadores, de vômitos a desmaios em sessões ao redor do mundo.
O Exorcista (1973)
O que pouca gente sabe é que uma determinada cena foi considerada tão perturbadora que levou a proibições temporárias, cortes em versões internacionais e, claro, entrou para a história do cinema.
A cena que chocou o planeta
A sequência mais infame e que virou o símbolo do impacto do filme é a do “exorcismo final”, quando a jovem Regan (interpretada pela então adolescente Linda Blair) começa a levitar, gritar em latim e se contorcer de formas inumanas.
Regan McNeil levitando no filme “O Exorcista (1973)”
Com uma maquiagem agressiva, voz distorcida e efeitos práticos extremamente viscerais, muitos achavam que estavam presenciando algo real. Em várias cidades dos Estados Unidos, ambulâncias precisaram ser chamadas às pressas para socorrer pessoas passando mal nas salas de exibição.
O impacto cultural e a lenda urbana
Na época, correram boatos de que algumas sessões do filme vinham com sacos para vômito distribuídos junto com o ingresso e, em certos lugares, isso realmente aconteceu. O estúdio tentou negar, mas depois usou isso como marketing: “Tão assustador que você pode precisar de ajuda médica”, dizia um cartaz promocional.
Na cidade de Roma, espectadores juravam ter visto “coisas se moverem” na sala durante a exibição, e padres locais chegaram a aconselhar os fiéis a não assistirem ao filme, alegando que sua “energia” poderia ser nociva espiritualmente.
Censura e polêmica
Países como o Reino Unido, Noruega e Malásia chegaram a proibir a exibição do filme por anos, e em alguns deles, só foi liberado depois de revisões extensas e cortes nas cenas mais explícitas. Mesmo nos Estados Unidos, houve cidades que tentaram vetar o longa por “risco à saúde pública”.
Foto de Regan McNeil – O Exorcista (1973)
O próprio elenco também sofreu. Linda Blair, então com apenas 14 anos, passou a ser acompanhada por segurança por causa das ameaças que recebeu de religiosos que acreditavam que ela “tinha feito pacto com o demônio”.
O legado de “O Exorcista”
Hoje, “O Exorcista” é considerado um dos maiores filmes de terror de todos os tempos não apenas por sua qualidade cinematográfica, mas pelo fenômeno cultural e social que causou. Foi também o primeiro filme de terror a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme, algo impensável até então.
A história por trás da produção, das reações nas salas e do impacto global mostra que o medo no cinema pode ultrapassar a tela e tocar o psicológico coletivo de forma profunda.