Universitário de 32 anos é baleado por PM da reserva após ser confundido com suspeito de roubo, diz família
Parentes de um estudante de publicidade baleado na madrugada de segunda-feira (24), no Viaduto João XXIII, na Penha, Zona Norte do Rio, alegam que ele foi vítima de um engano e está sendo acusado injustamente de um assalto.
De acordo com a Polícia Militar, o autor dos disparos foi um policial militar da reserva, que atirou após sua esposa afirmar ter reconhecido o motociclista como um dos responsáveis pelo roubo de seu celular.
A família conta que Igor Melo de Carvalho, de 32 anos, havia solicitado uma moto por aplicativo para voltar para casa depois de trabalhar como garçom na casa de samba Batuq, onde atua nos finais de semana. Seu trajeto ia da Rua Belizário Pena, na Penha, até sua residência no bairro de Turiaçu.
Durante o percurso, ele percebeu que um carro seguia a motocicleta. Pouco depois, tiros foram disparados, e Igor caiu no chão, ferido. Mesmo machucado, conseguiu ligar para colegas de trabalho, que chegaram rapidamente e o levaram ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
Os familiares afirmam ainda que, antes mesmo da chegada de Igor ao hospital, uma mulher apareceu na unidade de saúde e o acusou de ser o assaltante que havia lhe roubado horas antes.
Igor foi preso e está sob custódia da polícia no hospital.
Imagens enviadas pela família mostram o momento em que ele embarca em uma moto de aplicativo por volta de 1h30.
A Comissão Popular de Direitos Humanos acompanha o caso e esteve na 22ª DP (Penha) em busca de esclarecimentos.
De acordo com familiares, Igor estuda Publicidade e Propaganda na Faculdade Celso Lisboa durante a semana e também trabalha no setor administrativo da instituição.
“A bala sempre atinge o corpo preto“, lamenta sua esposa.
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“Igor é um trabalhador incansável e um sonhador. Seu grande desejo é ser jornalista esportivo, movido pelo amor ao Botafogo. Para isso, se dedica a três empregos: é inspetor na Celso Lisboa, trabalha como garçom nos finais de semana e, no carnaval, atua como ambulante para complementar a renda, como tantos brasileiros. Ele sempre fez de tudo para nos proporcionar o melhor”, relata Marina Moura, esposa de Igor.
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Nesta segunda-feira, a esposa do policial militar esteve no Hospital Getúlio Vargas e negou qualquer envolvimento de Igor no assalto.
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“Igor é um jovem negro, estudante de Publicidade e Propaganda na faculdade Celso Lisboa, onde também trabalha como inspetor. Para complementar a renda, atua como garçom nos finais de semana”, declarou sua prima, Pâmela Carvalho.
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Segundo a família, Igor foi baleado pelas costas, passou por uma cirurgia delicada, perdeu um rim e ainda enfrenta complicações graves no estômago e intestino.