Turquia prende mais de 340 manifestantes em protestos contra prisão de opositor de Erdogan
Pelo menos 343 pessoas foram detidas na Turquia durante protestos que tomaram várias cidades do país em resposta à prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu. Considerado o principal adversário político do presidente Recep Tayyip Erdogan, Imamoglu foi preso na última quarta-feira (19), desencadeando uma onda de manifestações.
O ministro do Interior, Ali Yerlikaya, declarou que os atos ocorreram em diversas cidades, incluindo Istambul e Ancara. Segundo ele, o governo não permitirá qualquer tentativa de “violar a ordem pública, ameaçar a paz ou fomentar o caos e a provocação”.
Desde a prisão do prefeito, milhares de manifestantes têm se reunido em protestos, que, apesar de pacíficos, vêm ganhando intensidade. Na sexta-feira, a polícia de Istambul usou gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha para conter manifestantes que tentavam ultrapassar uma barreira policial próxima ao histórico aqueduto da cidade.
O presidente Erdogan reafirmou que seu governo não aceitará os protestos e acusou o partido de oposição CHP, ao qual Imamoglu pertence, de envolvimento em esquemas de corrupção e ligações com grupos extremistas.
Ekrem Imamoglu: Opositor de Erdogan e alvo de acusações
Ekrem Imamoglu, um dos principais nomes da oposição na Turquia, foi preso na última quarta-feira (19) sob suspeita de envolvimento em suborno, manipulação de contratos públicos, liderança de grupos criminosos e suposto apoio a organizações terroristas.
O político nega as acusações e denuncia perseguição política, alegando que sua detenção tem motivação eleitoral. Com sua prisão, Imamoglu foi impedido de disputar a presidência nas próximas eleições, o que gerou indignação entre seus aliados.
Figura de destaque no cenário político turco, ele já havia sido detido em 2022 e era visto como um forte candidato para a eleição de 2028. Segundo a Reuters, seu partido estava prestes a oficializar sua candidatura antes da prisão.
