Trump adverte sobre ações de Putin; Moscou reage com menção à Terceira Guerra
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez duras críticas ao líder russo Vladimir Putin nesta terça-feira (27), afirmando que o chefe do Kremlin está “se arriscando perigosamente” em suas ações recentes.
“Putin não entende que, se não fosse por mim, coisas realmente desastrosas já teriam acontecido com a Rússia e digo DESASTROSAS de verdade. Ele está brincando com fogo!”, escreveu Trump em uma rede social.
A declaração inflamou o clima entre Washington e Moscou. Poucas horas depois, o ex-presidente e atual secretário do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, respondeu com uma advertência contundente, citando abertamente o risco de um conflito global.
“Quanto às palavras de Trump… Só existe uma coisa verdadeiramente catastrófica: a Terceira Guerra Mundial. Espero que ele compreenda o que isso significa”, afirmou Medvedev.
Essa troca de ameaças ocorre em meio a uma nova escalada militar no Leste Europeu. Nos últimos dias, a Rússia intensificou significativamente seus ataques contra a Ucrânia, atingindo números inéditos.
Na madrugada do último domingo (25), foram lançados 367 drones e mísseis, configurando o maior ataque aéreo desde o início da guerra. Já na segunda-feira (26), o número chegou a 355 drones em uma única ofensiva, a maior desse tipo desde o começo do conflito, há mais de três anos.

Bombeiros combatem incêndio causado por ataque russo na região de Kiev, em 25 de maio de 2025
No fim de semana, Trump já havia elevado o tom, chamando Putin de “louco” após os bombardeios massivos. O presidente norte-americano declarou conhecer bem o líder russo, mas disse que “algo mudou” em seu comportamento.
Em abril, Trump já havia enviado um recado direto ao Kremlin durante outro ataque à capital ucraniana, Kiev, dizendo: “Vladimir, PARE!”. Na época, foi considerada sua posição mais dura desde que retornou à presidência em janeiro.
A recente declaração de Trump reforça o descompasso entre sua postura e as decisões de Moscou. Ele chegou a afirmar em várias ocasiões que conseguiria encerrar a guerra em apenas 24 horas, caso houvesse diálogo efetivo. No entanto, na prática, as negociações entre as partes têm enfrentado grandes obstáculos e se mostrado mais complexas do que o previsto.
Rússia acusa Ucrânia de provocar envolvimento direto da Europa no conflito
Também nesta terça-feira, o governo russo acusou a Ucrânia de fomentar uma escalada no conflito, com o objetivo de arrastar diretamente países europeus para a guerra.
Segundo autoridades de Moscou, a intensificação dos ataques ucranianos contra o território russo tem caráter “provocativo” e estaria por trás da recente onda de bombardeios em resposta. O Kremlin classificou essas ações como incompatíveis com qualquer tentativa séria de negociação.

Foto de Dmitry Peskov, porta voz do governo russo
Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, declarou que os ataques da Ucrânia “contradizem os discursos de paz” e dificultam qualquer progresso diplomático. Ele também criticou o envolvimento do Ocidente, acusando a Europa de manter uma “participação indireta” na guerra por meio do fornecimento de armamentos a Kiev.
“A Europa participa de forma indireta, com o envio constante de armas sistemas diversos e munições o que representa, na prática, uma intervenção no conflito contra a Rússia”, afirmou Peskov a jornalistas.
A declaração ocorre após uma nova decisão tomada por aliados europeus na segunda-feira (26). De acordo com o chanceler alemão Friedrich Merz, a Ucrânia recebeu autorização para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos por países europeus contra alvos em solo russo.
Estados Unidos e Reino Unido já haviam sinalizado apoio ao uso restrito desse tipo de armamento no final de 2024, ampliando o alcance da Ucrânia em suas operações defensivas.
