Quando o ódio virou arte: como “Wait and Bleed” lançou o Slipknot ao mundo
Em 1999, o Slipknot estava prestes a explodir e tudo começou com uma música que mal foi escrita com calma. A faixa “Wait and Bleed”, um dos maiores clássicos da banda, nasceu de um momento de pura raiva do vocalista Corey Taylor, que escreveu a letra em menos de 20 minutos, sentado na calçada do estúdio.
O instrumental já havia sido composto por Joey Jordison e Paul Gray, mas faltava uma letra que traduzisse a violência emocional da banda. Corey ouviu a demo, surtou com a intensidade, e, quase como num ataque de fúria, escreveu a música inteira de uma vez.
“Eu estava num ponto em que eu só queria gritar, arrancar tudo de dentro e cuspir no mundo”, disse Corey anos depois.
O resultado? Uma música sobre um colapso mental à beira do incontrolável cheia de metáforas sobre perda de controle, sangue e a sensação de estar preso dentro da própria cabeça. E mais: foi essa música que colocou o Slipknot no radar mundial, rendendo à banda sua primeira indicação ao Grammy e conquistando o público que buscava algo mais sombrio, cru e verdadeiro do que o metal tradicional oferecia na época.
“Wait and Bleed” não só apresentou o Slipknot ao planeta ela rasgou a porta do nu metal com garras afiadas e fúria legítima.
E o mais irônico? A gravadora exigiu uma versão “limpa” da música, sem os gritos mais extremos. E mesmo assim, explodiu nas rádios, provando que o mundo estava pronto para um novo tipo de caos sonoro.
