“Bombardeios de Israel em Gaza aumentam e resultam na morte de 70 pessoas, entre elas 22 crianças
Nas últimas horas, os ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza se intensificaram, resultando na morte de ao menos 70 pessoas, incluindo 22 crianças, entre a noite de terça (13) e a manhã de quarta-feira (14). Os dados são de um boletim divulgado por autoridades locais de saúde.
Equipes de resgate ainda buscam vítimas entre os escombros e nas ruas, especialmente em Jabalia, uma das regiões mais afetadas no norte de Gaza. Médicos informaram que a maioria das vítimas eram mulheres e crianças, mortas enquanto estavam em suas casas.
A ofensiva ocorre em meio a declarações de autoridades israelenses, que prometeram seguir com a operação militar com “força total”, além de coincidir com a presença de representantes dos Estados Unidos em visita ao Oriente Médio.
Na terça-feira, um bombardeio atingiu o Hospital Europeu em Khan Younis, no sul de Gaza, deixando ao menos 16 mortos e mais de 70 feridos. Novas explosões foram registradas na região nesta quarta. O Exército de Israel afirmou que o alvo era um centro de comando do Hamas, supostamente localizado sob o hospital uma alegação negada por representantes locais.
Até o momento, não houve novo pronunciamento oficial das forças israelenses sobre os ataques mais recentes.
“Vamos até o fim”, declarou nesta terça-feira (13) o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmando que não pretende recuar na ofensiva militar em Gaza, mesmo diante da possível libertação de reféns pelo Hamas.
Em comunicado divulgado pelo Telegram, Netanyahu afirmou que o Exército de Israel avançará com “toda a força” nos próximos dias, e que nenhuma oferta de trégua impedirá a continuação da guerra.
“Nos próximos dias, entraremos com todas as nossas forças para completar a ofensiva e subjugar o Hamas. O grupo pode dizer: ‘Vamos soltar mais dez reféns’. Tudo bem, tragam. Nós os receberemos e então entraremos. Não haverá como impedir a guerra. Podemos aceitar um cessar-fogo temporário, mas iremos até o fim”, declarou.
A fala vem na esteira da libertação de Edan Alexander, refém com dupla nacionalidade israelense e americana, mantido pelo Hamas desde outubro de 2023. Na ocasião, o grupo declarou estar disposto a negociar um cessar-fogo amplo, mas Netanyahu rejeitou a proposta. Segundo o Hamas, a libertação foi um gesto de “boa vontade” voltado ao presidente dos EUA, Donald Trump, com o objetivo de incentivar o fim do conflito.
Primeira foto do refém Edan Alexander após ser libertado
A declaração do premiê israelense foi vista como um revés para as tentativas internacionais de mediação e avanço nas negociações de paz.
Logo antes do anúncio, Netanyahu publicou um vídeo na rede social X (antigo Twitter) no qual aparece conversando por telefone com Edan Alexander.
“Disse a ele o que todo o povo de Israel está sentindo: estamos felizes por vê-lo de volta para casa”, escreveu o premiê na legenda.
Durante o rápido diálogo, Edan disse estar se recuperando:
“Estou bem, mas fraco. Aos poucos vou voltar a ser quem eu era. É uma questão de tempo.”
A conversa foi mediada pelo enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que elogiou o papel de Netanyahu nas negociações:
“Falei com Edan e sua família sobre tudo o que o senhor fez nos últimos dias. Foi uma negociação tensa, e sua atuação foi decisiva. Graças a isso, Edan está com a família novamente.”
