Pesquisadores da Universidade de Oxford deram um passo importante rumo ao uso prático em larga escala da computação quântica. Em um estudo publicado na revista Nature no dia 5 de fevereiro, eles detalham a integração de dois processadores quânticos independentes em um único computador.
Segundo um comunicado publicado no site da Universidade de Oxford, “embora o teletransporte quântico de estados já tenha sido realizado anteriormente, este estudo representa a primeira demonstração do teletransporte quântico de portas lógicas (os elementos essenciais de um algoritmo) por meio de uma rede”.
Os pesquisadores do Departamento de Física da universidade afirmam que essa descoberta poderia, em um futuro próximo, “servir de base para a criação de uma ‘internet quântica’, na qual processadores localizados em diferentes locais poderiam formar uma rede altamente segura para comunicação, computação e sensoriamento”.
Na experiência, a conexão entre pequenos dispositivos quânticos permitiu que as computações fossem distribuídas por uma rede. Anteriormente, como destacado no comunicado, acreditava-se que, para que um computador quântico atingisse esse nível de poder, seria necessário construir “uma máquina de proporções gigantescas”.
Contudo, os pesquisadores conseguiram conectar com êxito dois processadores, formando um único computador totalmente integrado. Esse avanço abre novas possibilidades para “enfrentar desafios computacionais que antes pareciam impossíveis”, já que, “teoricamente, não há limite para o número de processadores que podem fazer parte da rede”.
O líder da pesquisa, Dougal Main, destaca a principal diferença em relação aos estudos anteriores. “Demonstrações anteriores de teletransporte quântico focaram na transferência de estados quânticos entre sistemas fisicamente separados”, explicou ele no comunicado da Universidade de Oxford. “Em nosso estudo, utilizamos o teletransporte quântico para gerar interações entre esses sistemas distantes.”
A execução de “portas quânticas lógicas” entre qubits em computadores quânticos distintos agora é possível. Essa inovação permite “conectar” processadores quânticos separados, criando um único computador quântico totalmente integrado. De forma análoga aos supercomputadores tradicionais, que são formados por computadores menores interligados para alcançar um desempenho superior ao de cada unidade isolada, a computação quântica também segue essa lógica. No entanto, até então, um dos desafios da área era compactar um número maior de qubits dentro de um único dispositivo.