O POP ESTÁ DANÇANDO NA CRISE: “RECESSION POP” RESSURGE COMO RESPOSTA AOS TEMPOS DE INCERTEZA
Quando o mundo aperta o cinto, a música aperta o play. Em pleno 2025, uma tendência sonora que parecia enterrada nos anos 2000 está voltando com tudo e não é por acaso. O chamado “recession pop”, ou “pop de recessão”, reaparece nas paradas com batidas dançantes, letras otimistas e uma estética que mistura escapismo com resistência emocional.

Foto de RIhanna e Miley Cyrus
Esse estilo, que dominou o final da década passada com nomes como Katy Perry, Lady Gaga, Rihanna e Miley Cyrus, está sendo redescoberto por uma nova geração. Mas, desta vez, não se trata apenas de nostalgia. A volta do “recession pop” acontece em meio a um contexto global instável inflação alta, incertezas políticas e um público que quer esquecer, mesmo que por três minutos, o peso do cotidiano.
Um fenômeno cíclico que revela muito mais do que o som
Historicamente, músicas alegres e dançantes sempre voltam à tona durante momentos de tensão social ou econômica. Durante a crise de 2008, por exemplo, enquanto o mundo enfrentava colapsos financeiros, as pistas de dança eram dominadas por hinos como “Just Dance”, “Only Girl (In The World)” e “Party in the USA”.
Agora, em 2025, vemos o mesmo movimento: as pessoas não querem músicas tristes querem um alívio emocional, querem dançar para esquecer. Segundo analistas musicais, esse comportamento é um reflexo direto da necessidade humana por catarse. A tristeza, desta vez, se transforma em glitter.
TikTok: a faísca que reacendeu a chama
Boa parte da redescoberta do “recession pop” veio de onde menos se esperava: o TikTok. Jovens criadores começaram a usar hits da era 2008–2012 como trilhas para vídeos de humor, lifestyle ou moda, e logo o algoritmo fez o resto. De repente, “We Found Love” voltou aos charts, “Teenage Dream” começou a viralizar, e artistas novos começaram a seguir essa sonoridade como fórmula de sucesso.
Mais do que nostalgia: uma estética de sobrevivência
Mas não pense que isso se resume a reviver velhos hits. Artistas atuais estão incorporando os elementos do “recession pop” em suas novas produções. Sons pulsantes, sintetizadores vibrantes e refrões eufóricos voltaram a ser a base de faixas lançadas em 2025, mesmo que as letras falem de crise, burnout ou incertezas. É a euforia como antídoto.
“Dance como se você estivesse falido” virou o mantra não oficial do verão americano.
O que explica essa virada?
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Fuga emocional: Em tempos difíceis, o pop fornece um espaço de respiro mesmo que temporário.
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Impacto nas redes sociais: Sons rápidos, fáceis de coreografar e com refrões marcantes se tornam hits virais.
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Revalorização do otimismo: Após anos de músicas introspectivas e sombrias, o público quer brilho, cor e leveza.
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Legado cultural: O “recession pop” marca não só uma estética musical, mas um posicionamento coletivo o desejo de continuar sonhando mesmo em meio ao caos.
O renascimento do ‘recession pop’ não é apenas uma tendência sonora. É um grito silencioso de uma geração que aprendeu a transformar dor em celebração, e crise em pista de dança.
Se você está ouvindo mais batidas animadas e letras esperançosas ultimamente, saiba: isso é resistência em forma de pop.
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