A COLABORAÇÃO QUE O MUNDO QUASE OUVIU: MICHAEL JACKSON E FREDDIE MERCURY NO MESMO ESTÚDIO
Em uma era dominada por vozes icônicas, brilho nos palcos e revoluções musicais, Michael Jackson e Freddie Mercury não apenas definiram seus estilos eles moldaram a cultura pop global. O que pouca gente sabe é que, no início dos anos 80, os dois maiores nomes da música quase lançaram um dueto histórico. Um encontro que poderia ter se tornado um dos momentos mais épicos da indústria fonográfica… mas que terminou em frustração, desencontros e silêncio por décadas.
Tudo começou em 1983, quando Michael Jackson, já consolidado como o “Rei do Pop” após o sucesso estrondoso de Thriller, convidou Freddie Mercury, vocalista do Queen e símbolo absoluto do rock teatral, para uma sessão no seu estúdio particular, em Encino, Califórnia. Os dois tinham admiração mútua, estavam no auge da criatividade, e pareciam prontos para criar algo nunca antes ouvido.
Durante as sessões, três músicas foram gravadas em versão demo:
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“There Must Be More to Life Than This”
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“State of Shock”
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“Victory”
O plano era claro: transformar essas demos em colaborações completas, com produção de alto nível e lançamento oficial. As vozes dos dois ícones se misturavam com força e emoção, unindo o soul dramático de Michael com o poder operático de Freddie. Mas a parceria não durou.
O colapso de uma colaboração lendária
O que parecia promissor rapidamente virou um projeto inacabado. E os motivos foram muitos e curiosos.
De um lado, havia conflitos de agenda. Freddie estava envolvido em gravações intensas com o Queen, enquanto Michael gerenciava o sucesso mundial de Thriller. De outro, existiam conflitos pessoais e criativos. Freddie, com seu espírito rebelde e comportamento mais direto, teria se incomodado com algumas atitudes de Michael. Uma delas se tornou lendária nos bastidores: Jackson levava seu chimpanzé de estimação, Bubbles, para as sessões de estúdio, algo que incomodou profundamente Mercury, que desabafou com seu empresário dizendo que “não conseguia gravar com um chimpanzé olhando para ele”.
Michael, por sua vez, também se sentiu desconfortável com o estilo excêntrico de Freddie. Suas diferenças de personalidade um mais recluso, o outro expansivo tornaram o processo criativo menos fluido do que se esperava.
Diante desses atritos, a colaboração foi engavetada. Cada um voltou para seus projetos individuais. Mas as músicas não desapareceram completamente.
O destino das músicas
A faixa “State of Shock” acabou sendo lançada oficialmente, mas com Mick Jagger no lugar de Freddie. Ela integrou o álbum dos The Jacksons, Victory, em 1984, e fez sucesso nas paradas mas os fãs sabiam que a versão original, com Mercury, era ainda mais intensa.
Já “There Must Be More to Life Than This”, inicialmente pensada para o álbum Hot Space do Queen, ficou guardada por décadas. Somente em 2014, após um trabalho de restauração com os vocais originais de Freddie e trilhas da demo com Michael, a faixa foi finalmente lançada oficialmente pelo Queen, com produção de William Orbit. Foi o mais próximo que o mundo chegou de ouvir esse dueto em sua forma plena.
A terceira faixa, “Victory”, ainda permanece oficialmente inédita, apenas circulando entre colecionadores e fãs em versões não autorizadas.
O que poderia ter sido
Até hoje, fãs e especialistas consideram essa colaboração uma das maiores oportunidades perdidas da música pop. Unir as forças de dois dos artistas mais inovadores, carismáticos e talentosos da história teria sido um divisor de águas. Talvez o álbum conjunto quebrasse recordes, talvez criasse novos estilos, talvez abrisse caminhos inesperados para a indústria fonográfica. Mas tudo isso ficou no campo do “e se?”.
A história do dueto perdido entre Michael Jackson e Freddie Mercury permanece como um capítulo fascinante da cultura pop uma lembrança de que nem sempre o talento, por mais gigante que seja, é suficiente para vencer as barreiras da convivência e do tempo.
Mesmo assim, a existência dessas gravações, mesmo que incompletas, nos lembra do quanto a música é feita de momentos e do quanto esses momentos podem ser eternos, mesmo quando nunca são lançados.
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