A MORTE DO PRÍNCIPE DAS TREVAS: OZZY OSBOURNE SE DESPEDE AOS 76 ANOS, MAS DEIXA UM LEGADO IMORTAL NO HEAVY METAL
A música perdeu hoje um de seus maiores ícones. John Michael “Ozzy” Osbourne, conhecido como o eterno vocalista do Black Sabbath e o “Padrinho do Heavy Metal”, morreu aos 76 anos. A notícia foi confirmada por sua família em um comunicado emocionado: “É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que temos que informar que nosso querido Ozzy Osbourne faleceu nesta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor.”
Nos últimos anos, Ozzy vinha enfrentando uma dura batalha contra o Parkinson e suas complicações. A mobilidade já era bastante reduzida, como revelou sua filha Kelly Osbourne semanas antes. Ainda assim, em 5 de julho, ele fez história ao retornar ao palco com o Black Sabbath para um show de despedida em Birmingham, cidade natal da banda. O evento, chamado Back to the Beginning, foi anunciado como “a última reverência” de Ozzy um adeus emocionante diante de milhares de fãs e uma celebração de décadas de revolução musical.
De garoto rebelde a lenda do rock
Ozzy nasceu em 3 de dezembro de 1948, em Aston, Birmingham. Com uma infância marcada por dificuldades, dislexia e até prisão por roubo, ele parecia fadado ao anonimato. Mas tudo mudou em 1967, quando se uniu a Geezer Butler, Tony Iommi e Bill Ward para formar uma banda que mudaria o curso da música: o Black Sabbath.
O grupo lançou seu primeiro álbum em 1970 gravado em apenas dois dias e logo se tornou símbolo do som sombrio e pesado que definiria o heavy metal. Sucessos como “Paranoid”, “War Pigs” e “Sabbath Bloody Sabbath” ecoaram pelo mundo, misturando riffs pesados com temas como guerra, vício e depressão, criando uma atmosfera única de teatro, horror e provocação social.
Rock, escândalos e renascimentos
A figura de Ozzy era tão excêntrica quanto sua música. De mordidas em morcegos no palco a confrontos com religiosos e conservadores, ele foi visto por muitos como uma ameaça cultural. Mas Ozzy sempre foi direto: “Fiz algumas coisas ruins, mas não sou o diabo. Sou apenas John Osbourne: um garoto da classe trabalhadora de Aston.”
Após ser expulso do Black Sabbath em 1979 por causa de vícios em drogas e álcool, ele renasceu como artista solo, lançando álbuns memoráveis e acumulando prêmios, vendas e uma nova base de fãs. Nos anos 2000, ele se transformou novamente: virou astro de reality show com The Osbournes, ao lado da esposa Sharon e seus filhos, abrindo as portas de sua vida caótica, engraçada e inesperadamente humana.
Uma despedida marcada pela gratidão
Com mais de 100 milhões de álbuns vendidos, um legado de pioneirismo no heavy metal e uma vida recheada de altos e baixos, Ozzy Osbourne se consolidou como uma figura única na história da cultura pop. Seus fãs, mesmo sabendo da fragilidade de sua saúde, foram pegos pela tristeza da confirmação de sua morte.
Mas o adeus também é uma celebração. A imagem de Ozzy com os olhos escuros, a voz inconfundível e o símbolo eterno do rock alternando entre o caos e o carisma continua viva em palcos, discos e corações ao redor do mundo.
Ozzy se vai, mas sua lenda permanece, tão imortal quanto o som pesado que ele ajudou a criar.
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