KING GIZZARD & THE LIZARD WIZARD DECLARA GUERRA AO SPOTIFY E DÁ EXEMPLO DE INDEPENDÊNCIA MUSICAL
O que leva uma banda com milhões de ouvintes mensais a retirar quase toda sua discografia da maior plataforma de streaming do mundo? A resposta envolve princípios, ética e uma crítica direta à indústria bilionária que transformou a forma como consumimos música: o Spotify.

Foto da banda “King Gizzard & the Lizard Wizard”
A banda australiana King Gizzard & the Lizard Wizard causou um verdadeiro abalo na cena musical ao anunciar que estava removendo seu catálogo do Spotify como forma de protesto contra os investimentos do CEO da plataforma, Daniel Ek, em tecnologias militares. Ek é um dos principais investidores da Prima Materia, uma empresa que desenvolve sistemas de armas com inteligência artificial algo que, para os integrantes da banda, é absolutamente incompatível com os valores que defendem enquanto artistas.
Em um comunicado oficial publicado nas redes sociais, a banda não mediu palavras: “FUCK SPOTIFY”. A frase ressoou como um grito de revolta de muitos músicos independentes que há anos se queixam da forma como a plataforma remunera artistas e, agora, também de onde vem o dinheiro que a sustenta.
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Ao contrário de artistas ligados a grandes gravadoras, o King Gizzard possui controle total sobre seus lançamentos. Isso lhes permitiu agir com rapidez, retirando dezenas de álbuns da plataforma e incentivando os fãs a ouvirem suas músicas em alternativas mais justas, como o Bandcamp, onde os lucros vão diretamente para os criadores.
Mas eles não estão sozinhos. Outras bandas, como Xiu Xiu e Deerhoof, também anunciaram que pretendem sair do Spotify, embora enfrentem entraves contratuais que ainda os mantêm presos ao sistema.
Esse movimento levanta uma questão crucial:
até onde o artista deve ir para defender seus valores? E mais será que o público está preparado para abandonar a conveniência em nome da ética?
A atitude da banda escancara um debate que ganha cada vez mais força no mundo do entretenimento: o do consumo ético da arte. Para muitos músicos, plataformas como o Spotify não são apenas espaços de exposição, mas ferramentas de exploração disfarçadas de inovação, que lucram bilhões enquanto repassam centavos por stream aos artistas.

(Reprodução: @kinggizzard)
Ao se posicionar contra isso, King Gizzard & the Lizard Wizard reafirma a importância da autonomia artística e da responsabilidade social no universo musical. Eles não apenas tocam eles agem. E é exatamente esse tipo de posicionamento que transforma uma banda em símbolo de resistência cultural.
Mais do que uma retaliação isolada, esse gesto pode abrir um precedente histórico. Conforme a inteligência artificial e os conflitos éticos dominam o debate global, os músicos começam a perceber que também têm voz e poder para influenciar diretamente a estrutura da indústria.

Foto de “King Gizzard & the Lizard Wizard”
Se o streaming moldou uma geração de ouvintes, agora pode estar nascendo uma nova fase: a do streaming consciente, onde artistas e fãs questionam de onde vem o dinheiro, quem o controla, e o que ele financia.
No final das contas, a mensagem de King Gizzard é clara:
não se trata apenas de onde você ouve a música, mas de quem você ajuda quando dá o play.
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