Eleições na CBF são marcadas para 25 de maio por decisão do interventor
Fernando Sarney, nomeado interventor na CBF por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, anunciou nesta sexta-feira a data da próxima eleição para a presidência da entidade que comanda o futebol brasileiro.
O pleito está marcado para o dia 25 de maio, um domingo, e ocorre justamente na véspera da esperada apresentação oficial de Carlo Ancelotti como novo treinador da seleção brasileira masculina. O edital da eleição será publicado neste sábado, dia 17, dando início ao processo oficial.

Foto de Carlo Ancelotti
As chapas interessadas terão um curto prazo para se registrar: entre os dias 18 e 20 de maio (de domingo a terça-feira). O novo presidente da CBF eleito nesse processo assumirá o mandato para o período de 2025 a 2029.
A convocação da Assembleia Geral da CBF foi oficializada com o objetivo de realizar a eleição para os seguintes cargos:
-
Presidente da CBF
-
8 vice-presidentes
-
3 membros efetivos do Conselho Fiscal
-
3 suplentes para o Conselho Fiscal
A decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, proferida na última quinta-feira, determinava que a nova eleição fosse convocada com a maior urgência possível. Atendendo a essa exigência, Fernando Sarney anunciou a data do pleito menos de 24 horas após assumir como interventor da entidade.

Foto de Fernando Sarney
A Assembleia Geral contará com a participação de representantes das 27 federações estaduais (cada uma com peso 3 no voto), dos 20 clubes da Série A (peso 2) e dos 20 clubes da Série B (peso 1).
Cenário político e disputa judicial
Enquanto a eleição é organizada, o presidente afastado Ednaldo Rodrigues segue tentando reverter a decisão do Tribunal de Justiça que o retirou do cargo. Ele apresentou um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília.

Foto de Ednaldo Rodrigues
Com a convocação feita por Sarney, a votação ocorrerá antes do julgamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, marcada para o dia 28 de maio, que pode alterar o rumo da gestão na CBF. Essa ação questiona o acordo firmado entre o Ministério Público do Rio de Janeiro e a CBF, levantando dúvidas sobre a legitimidade do MP para assinar Termos de Ajustamento de Conduta com entidades esportivas.
Os bastidores da CBF já estão movimentados com articulações e estratégias para a eleição marcada para o dia 25 de maio. Na noite da última quinta-feira poucas horas após o afastamento de Ednaldo Rodrigues um grupo composto por 19 federações estaduais divulgou um manifesto público pedindo renovação e descentralização na gestão do futebol brasileiro. O documento, que não menciona Ednaldo, afirma que o grupo definirá um candidato único internamente.
Durante o período em que Ednaldo esteve afastado em 2023, dois nomes chegaram a se apresentar como possíveis candidatos: o advogado Flávio Zveiter, ex-presidente do STJD, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol. Reinaldo, no entanto, não assinou o manifesto das 19 federações, sinalizando possível distanciamento do grupo que lidera a articulação atual.
Além da federação paulista, outras sete entidades estaduais também ficaram de fora do manifesto: Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso. A ausência desses nomes levanta a possibilidade de que dois blocos distintos entrem em disputa direta na eleição, o que promete acirrar ainda mais o clima político dentro da CBF.
