Colombianas detidas utilizavam um aplicativo para atrair vítimas, aplicavam golpes com substâncias sedativas e furtavam dinheiro e criptomoedas
Investigações realizadas pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPRJ) revelaram a atuação de uma quadrilha composta por colombianos e brasileiros, cujo modus operandi era marcar encontros através de aplicativos de relacionamento, drogar suas vítimas e roubar suas contas bancárias—um golpe amplamente conhecido como “Boa Noite, Cinderela”.
A apuração confirmou que o golpe foi aplicado em pelo menos três ocasiões, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, atingindo vítimas como um advogado e um médico americano. As vítimas tiveram celulares, computadores e investimentos financeiros furtados.
Os encontros eram organizados por meio de aplicativos de relacionamento. Segundo o MPRJ, a quadrilha contava com Angie Paola Hoyos e Karen Vasquez Bedoya para estabelecer o primeiro contato com as vítimas. Elas se apresentavam como empresárias e solicitavam conselhos sobre investimentos em criptomoedas—o que dava início ao golpe. O esquema foi aplicado tanto no Brasil quanto na Colômbia.
Após a ação criminosa, criptoativos foram roubados das vítimas, como revelado pelos investigadores.
O promotor Fabiano Cossermeli, do MPRJ, ressaltou que o caso demonstra que crimes envolvendo criptoativos não são anônimos, e que é possível identificar e aprofundar as investigações para rastrear os responsáveis.
Golpe “Boa Noite, Cinderela”
O primeiro registro da quadrilha aconteceu em fevereiro de 2023, no Rio de Janeiro, com a participação de Angie Paola. No mesmo período, Karen Vasquez Bedoya passou a atuar em São Paulo, ambas adotando identidades falsas para enganar as vítimas.
No caso do Rio, Angie iniciou uma conversa com um advogado, se apresentando como interessada em investir em criptomoedas, mas alegando não ter muita experiência. O advogado, atraído pela conversa, aceitou marcar um encontro. A reunião foi marcada na casa dele.
Foto de Angie Paola Hoyos e Karen Bedoya.
No local, após consumirem algumas bebidas, o advogado perdeu a consciência. Quando acordou, percebeu que seu telefone celular havia desaparecido. Angie havia aproveitado a situação para acessar sua conta bancária e transferir R$ 3.2 mil e US$ 23 mil em criptomoedas, um valor equivalente a cerca de R$ 120 mil na época.
Após o golpe, Angie e um casal de colombianos, também integrantes da quadrilha, viajaram para os Emirados Árabes e, em seguida, seguiram para Bogotá, na Colômbia, onde continuaram com suas atividades criminosas.
