Enchentes deixam dezenas de mortos e cidades em colapso no Texas
O estado do Texas enfrenta uma das maiores catástrofes naturais dos últimos tempos. Uma enchente devastadora atingiu a região central do estado entre os dias 4 e 5 de julho, transformando paisagens urbanas e rurais em verdadeiros rios de lama e destruição. O fenômeno climático extremo deixou pelo menos 69 mortos, entre eles 21 crianças, além de dezenas de desaparecidos.
A chuva caiu com intensidade impressionante, acumulando em poucas horas mais de 300 mm em áreas próximas ao Guadalupe River, fazendo com que o nível do rio subisse de forma abrupta. O avanço das águas foi tão rápido que centenas de pessoas ficaram ilhadas, exigindo resgates de emergência com barcos, helicópteros e drones.
Entre os locais mais atingidos estão as cidades de Kerrville, Ingram e Comfort, conhecidas por sua tranquilidade e por abrigarem acampamentos de verão. Um desses acampamentos, onde dezenas de crianças estavam hospedadas, se tornou o centro de uma operação de resgate dramática.
“Foi como um tsunami vindo do nada. Em minutos, a água tomou tudo”, contou um morador que perdeu a casa e ainda busca por familiares.
As causas do desastre estão ligadas a uma combinação de fatores: o acúmulo de umidade no solo após semanas secas, somado aos efeitos residuais de uma tempestade tropical que atingiu o sul do país, criou o cenário perfeito para uma enchente-relâmpago de grandes proporções.
Além da destruição física, a tragédia também escancarou fragilidades no sistema de alerta local. Muitos moradores afirmam que não receberam avisos a tempo para evacuar, o que pode ter contribuído para o alto número de vítimas.
Diante da situação crítica, o governo estadual decretou estado de emergência e mobilizou a Guarda Nacional, enquanto autoridades locais organizam centros de apoio para as famílias desabrigadas.
O episódio já é considerado o pior desastre natural da região desde a década de 80, superando até mesmo a histórica enchente de 1987 no mesmo rio.
“O que vivemos não foi apenas uma tempestade. Foi uma tragédia anunciada por falta de preparo”, disse uma voluntária que atua nas operações de resgate.
Com o número de vítimas crescendo e comunidades inteiras ainda submersas, o Texas agora tenta lidar com o luto, a reconstrução e a difícil tarefa de entender como evitar que algo assim volte a acontecer.
