A POLÊMICA POR TRÁS DE “ALIEN SUPERSTAR”: BEYONCÉ É PROCESSADA POR USO NÃO AUTORIZADO DE SAMPLE E ENFRENTA NOVAS ACUSAÇÕES DE PLÁGIO
A era Renaissance foi um marco na carreira de Beyoncé, trazendo influências do house, disco e eletrônico em uma homenagem às pistas de dança e à cultura queer. No entanto, nem todos os holofotes sobre o álbum são positivos. A faixa “Alien Superstar”, uma das mais cultuadas pelos fãs, agora está no centro de uma disputa judicial que pode abalar sua trajetória.
Beyoncé, a gravadora Sony, sua empresa Parkwood Entertainment e a editora Warner Chappell Music estão sendo processadas por suposta violação de direitos autorais. O motivo? O uso de um sample da música “Moonraker”, lançada em 1998 pelo artista Foremost Poets cujo nome real é John Holiday.
Apesar de Beyoncé ter creditado corretamente o artista no álbum, o processo alega que os direitos autorais da faixa não pertencem diretamente a Holiday, mas sim à gravadora Sound-Men On Wax (SOW) Records, responsável pelo lançamento original. De acordo com a ação judicial, o sample de “Moonraker” foi usado sem a devida autorização da detentora legal dos direitos, o que caracteriza infração.
“Moonraker” não é uma música qualquer: ela se tornou cultuada nas pistas underground, ganhou mais de 150 remixes ao longo das décadas e é considerada um clássico atemporal no circuito eletrônico. Ou seja, seu uso em uma faixa mainstream como “Alien Superstar” exigiria um licenciamento formal algo que, segundo o processo, nunca aconteceu.
Mesmo sem ter sido lançada como single, “Alien Superstar” se destacou. Chegou ao Top 15 da Billboard Global 200, atingiu o status de platina nos Estados Unidos e recebeu certificação diamante no Brasil uma das mais altas no país.
Essa, no entanto, não é a primeira vez que “Alien Superstar” se vê envolvida em acusações de plágio. Em 2022, os irmãos britânicos do Right Said Fred conhecidos pelo hit “I’m Too Sexy” alegaram que a música de Beyoncé se apropriava de sua composição. Eles afirmaram que a cantora “age como se fosse intocável”. Na ocasião, a equipe de Beyoncé respondeu explicando que os irmãos foram devidamente creditados e, inclusive, receberam os maiores percentuais entre os coautores da faixa.
O caso atual, porém, é mais delicado, pois envolve licenciamento legal de material sonoro e pode se arrastar por anos nos tribunais. Beyoncé, que costuma manter um controle rígido sobre suas produções, agora precisa lidar com os impactos de uma possível falha técnica ou jurídica nos bastidores.
Se a Justiça entender que houve uso indevido de “Moonraker”, isso pode levar a sanções financeiras, bloqueios de execução da faixa e prejuízos na imagem da artista, que sempre primou por qualidade e profissionalismo em seus lançamentos. Enquanto isso, fãs e críticos acompanham de perto os próximos capítulos dessa disputa que revela, mais uma vez, como o universo do pop está profundamente entrelaçado com as engrenagens legais da indústria musical.