A VOZ ROBÓTICA DE “BELIEVE”, DA CHER, MUDOU O POP PARA SEMPRE ANTES MESMO DO MUNDO SABER O QUE ERA AUTO-TUNE
Quando Cher lançou “Believe” em 1998, o que parecia apenas um retorno triunfal de uma diva veterana acabou se tornando um marco sonoro que redefiniu o futuro da música pop. O que mais intrigava os ouvintes não era apenas o refrão chiclete ou o ritmo dançante mas sim a voz robótica e misteriosamente modulada da cantora.
Aquele som metálico, que fazia a voz “deslizar” entre notas, parecia algo vindo de outro planeta. Era diferente de qualquer coisa que já havia tocado nas rádios — e ninguém sabia explicar como tinha sido feito.
A resposta? Auto-Tune. Mas não da forma como foi criado.
Originalmente desenvolvido como uma ferramenta para corrigir discretamente a afinação de vocais, o Auto-Tune era usado nos bastidores, sem que o público sequer soubesse de sua existência. Mas os produtores de “Believe” Mark Taylor e Brian Rawling resolveram usá-lo como um efeito criativo, no máximo de sua intensidade, criando um som propositalmente artificial. Foi a primeira vez que alguém no mainstream usou o Auto-Tune como estética e não como correção.

Foto da capa “Believe” de Cher
E isso mudou tudo.
O impacto foi tão grande que virou um segredo guardado a sete chaves:
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A gravadora escondeu a técnica por meses, alegando que a música usava um “processador vocal customizado”, apenas para manter o mistério e proteger a novidade.
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Produtores ao redor do mundo correram para descobrir como reproduzir aquele efeito que mais tarde seria a base sonora de diversos gêneros, do pop ao trap.
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Artistas como T-Pain, Kanye West, Daft Punk, Travis Scott, Lil Uzi Vert, Future e até Bon Iver adotaram e transformaram o Auto-Tune em assinatura vocal, moldando a paisagem sonora dos anos 2000 e 2010.
Hoje, o Auto-Tune é um dos efeitos mais usados na música mundial. Mas tudo começou com Cher e com a ousadia de transformar um erro corrigido em um estilo futurista.

Foto da cantora “Cher”
“Believe” se tornou um dos maiores hits da história da música pop, não só por seu refrão marcante, mas por abrir uma nova era sonora. O uso revolucionário do efeito robótico redefiniu o que é possível fazer com a voz humana no estúdio.
Cher não apenas lançou um sucesso atemporal ela acidentalmente inventou o som do futuro.
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