Artur Costa, psicanalista e professor sênior da Associação Brasileira de Psicanálise Clínica (ABPC), esclareceu o que caracteriza um ataque de ansiedade:
“É uma resposta intensa e súbita do corpo e da mente a situações percebidas como ameaçadoras ou estressantes. Ele pode incluir sintomas físicos, como taquicardia, sudorese, tremores, sensação de falta de ar ou aperto no peito, além de sintomas emocionais, como medo intenso, sensação de perda de controle ou de que algo ruim vai acontecer. Esses episódios podem ser extremamente desconfortáveis, mas, em geral, não representam risco físico imediato.”
Sobre as causas, Artur destacou:
“Ataques de ansiedade resultam de uma combinação de fatores. Entre os psicológicos, estão preocupações excessivas, estresse acumulado e traumas. Já os ambientais incluem pressões externas, como conflitos interpessoais e exposição a julgamentos. Os fisiológicos abrangem desequilíbrios hormonais, privação de sono ou consumo excessivo de estimulantes. Situações desafiadoras ou inesperadas podem ser gatilhos para quem já possui predisposição à ansiedade.”
No contexto do BBB, Artur identificou fatores específicos como gatilhos:
- Exposição extrema: Estar sob constante vigilância e julgamento gera estresse intenso.
- Competitividade: O formato do programa e o risco de eliminações aumentam a pressão emocional.
- Isolamento: A ausência de suporte familiar e social agrava a sensação de vulnerabilidade.
- Conflitos interpessoais: Desentendimentos entre os participantes podem ser gatilhos imediatos.
Sobre como lidar com as crises dentro do programa, o psicanalista recomendou:
“É essencial oferecer acolhimento e um espaço seguro, como o confessionário. Técnicas de respiração profunda, distrações positivas, como ouvir música, e o apoio dos colegas são estratégias valiosas.”
Para a prevenção no dia a dia, Artur sugeriu:
“Práticas como exercícios de respiração, meditação e manter uma rotina saudável ajudam a reduzir a ocorrência de episódios. Durante uma crise, o foco no presente, a respiração controlada e lembrar que o ataque é passageiro podem ajudar. Contudo, buscar acompanhamento psicológico é essencial para gerenciar a ansiedade de forma eficaz e duradoura.