Autoridades sanitárias avaliam risco de propagação da gripe aviária em perímetro de 3 km do foco inicial
O Ministério da Agricultura comunicou neste domingo (18) que está apurando uma possível nova ocorrência de gripe aviária em uma pequena propriedade rural voltada à subsistência, localizada dentro de um perímetro de três quilômetros da granja onde o vírus foi inicialmente detectado.
O primeiro foco da gripe aviária do tipo H5N1 foi confirmado em uma granja de produção comercial no município de Montenegro, região metropolitana de Porto Alegre. No sábado (17), autoridades informaram que foi concluído o rastreamento dos ovos de incubação oriundos do local. Os lotes, enviados para Minas Gerais, Paraná e para o próprio Rio Grande do Sul, serão todos descartados por medida preventiva.
O ministério ressaltou que não há risco para o consumo de carne de frango ou ovos, e que todos os alimentos disponíveis ao público passam por rigorosa inspeção sanitária.
Ainda segundo a pasta, a nova suspeita não interfere nas exportações brasileiras, já que a propriedade investigada não possui fins comerciais nem vínculo com mercados internacionais.
“Estamos lidando com uma investigação em uma área perifocal, em uma criação de subsistência. A Defesa Agropecuária está conduzindo o processo com total atenção, mas reforçamos que isso não compromete nem o comércio externo nem a segurança alimentar”, declarou o ministério em nota.
Etapas seguintes da apuração
As amostras coletadas no local estão sendo encaminhadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-SP), situado em Campinas (SP). A previsão é de que os exames laboratoriais sejam realizados nesta segunda-feira (19), com um resultado preliminar esperado até o fim do dia.
O suposto novo caso sob investigação no Rio Grande do Sul surgiu dentro da chamada “zona perifocal”, que abrange um raio de três quilômetros em torno da granja comercial onde o vírus da gripe aviária foi inicialmente detectado. De acordo com o Ministério da Agricultura, 29 das 30 propriedades situadas nessa área já passaram por inspeção.

Materiais contaminados, como caixas de ovos e outros itens, foram incinerados em uma vala aberta no solo de uma granja localizada na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, como parte do protocolo de contenção da gripe aviária.
A pasta também informou avanços na zona de vigilância, que se estende até sete quilômetros a partir do foco original. Nesse perímetro, 238 das 510 propriedades rurais já foram vistoriadas pelas equipes de defesa sanitária.
“Na área de 10 quilômetros, onde foi decretada situação de emergência, as vistorias seguem em ritmo acelerado”, afirmou o ministério em comunicado oficial.
Suspeita em Tocantins também está sob apuração
Além do caso identificado no Rio Grande do Sul, o Ministério da Agricultura também investiga uma nova suspeita de gripe aviária em uma propriedade rural localizada no município de Aguiarnópolis, no estado do Tocantins.
Segundo comunicado da pasta, uma análise preliminar das amostras coletadas no local indicou presença do vírus Influenza A, porém com baixa chance de se tratar de uma cepa altamente patogênica. Essa avaliação se baseia nas evidências epidemiológicas, laboratoriais e clínicas reunidas até o momento.
“A situação está sob controle, com medidas de vigilância e contenção já em andamento, incluindo restrições de trânsito na região afetada”, informou o ministério.
Impacto nas exportações de carne de frango
Devido ao primeiro foco confirmado de gripe aviária em uma granja comercial no país, diversos países suspenderam temporariamente a compra de frango brasileiro.
O Brasil é atualmente o maior exportador global de carne de frango e ocupa a terceira posição em volume de produção mundial. Com a confirmação do caso no município de Montenegro (RS), alguns de seus principais parceiros comerciais anunciaram bloqueios totais ou parciais às importações.
As exportações estão suspensas para os seguintes destinos:
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China
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União Europeia
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Argentina
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Uruguai
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Chile
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México
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Arábia Saudita
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Japão (restrição apenas para aves provenientes de Montenegro/RS)
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África do Sul
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Canadá
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Coreia do Sul
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Emirados Árabes Unidos (somente para produtos da área afetada)
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Filipinas (também apenas para a zona atingida)
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os três principais mercados consumidores da avicultura brasileira são, nesta ordem: China, Emirados Árabes Unidos e Japão.
