Investigação da Polícia Civil de Minas desmonta quadrilha acusada de fraudes financeiras
Uma operação realizada pela Polícia Civil de Minas Gerais resultou na prisão de 15 pessoas suspeitas de participação em um esquema milionário de fraude bancária. A investigação revelou que gerentes e ex-gerentes de instituições financeiras estariam diretamente envolvidos no golpe, aplicando fraudes tanto contra os próprios bancos quanto contra clientes.
Entre os detidos estão quatro gerentes em atividade e dois ex-funcionários, que chegaram a ser levados pelos agentes até as agências onde atuavam. Eles devem responder por crimes como formação de quadrilha, estelionato, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.
De acordo com os investigadores, os responsáveis pelo esquema selecionavam CPFs e CNPJs de clientes com bom crédito e repassavam essas informações ao líder da quadrilha. A partir daí, eram criados documentos falsos com dados reais das vítimas, mas com fotos de pessoas que estavam cientes do golpe. Com os documentos em mãos, os gerentes abriam contas bancárias em nome dessas identidades forjadas, por onde eram contratados empréstimos fraudulentos.
O dinheiro era então sacado pelos “clientes fantasmas” e dividido entre os envolvidos. Os prejuízos recaíam sobre os bancos, enquanto as vítimas reais enfrentavam as consequências de terem seus nomes negativados nos cadastros de crédito.
“Elas não sofrem o prejuízo financeiro direto, mas o abalo psicológico é enorme. Ter o nome sujo impacta a vida cotidiana dessas pessoas, que passam a ter restrições de crédito e enfrentam um enorme desgaste emocional”, destacou o delegado responsável pela investigação.
Um dos presos chegou a admitir que, em apenas quatro meses, abriu 40 contas com dados falsos, recebendo uma “comissão” de 10% por operação. Ao todo, a organização criminosa teria causado um rombo superior a R$ 20 milhões, utilizando as informações de pelo menos 100 clientes reais. A Justiça já determinou o bloqueio de 97 contas bancárias, ligadas tanto a pessoas físicas quanto jurídicas envolvidas no caso.
Durante a operação, os agentes realizaram buscas em residências e escritórios tanto na capital quanto no interior de Minas Gerais, onde foram apreendidos documentos, celulares e equipamentos eletrônicos que podem contribuir para o avanço das investigações.
Algumas instituições financeiras envolvidas se manifestaram:
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O Banco do Brasil informou que colaborou com a operação, mas optou por não divulgar detalhes adicionais para não comprometer o andamento das apurações.
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O Santander declarou que possui sistemas rigorosos de controle e monitoramento, que ajudam a detectar desvios de conduta interna, assegurando a proteção dos clientes contra prejuízos financeiros.
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Já o Itaú Unibanco ressaltou que repudia condutas irregulares e está em total cooperação com as autoridades durante o processo investigativo.
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A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também se pronunciou, afirmando que não tolera práticas criminosas e que as instituições financeiras atuam em conjunto com os órgãos de segurança pública para identificar e punir os responsáveis por ações ilícitas.
