O DIA EM QUE LADY GAGA TRANSFORMOU CARNE CRUA EM UM PROTESTO POLÍTICO NO PALCO DO POP
A cena ainda está gravada na memória coletiva da cultura pop: Lady Gaga entra no tapete vermelho do VMA 2010 vestida com carne crua da cabeça aos pés. Em um universo acostumado a exageros, ela conseguiu o impensável parar o mundo e provocar um debate que ia muito além da moda.

Foto de Lady Gaga vestida com carne crua
O vestido, criado pelo designer argentino Franc Fernandez, foi feito com bifes de carne real costurados à mão sobre uma estrutura de tule. O visual incluía botas, chapéu e até uma bolsa tudo com o mesmo material cru e impactante. O look dividiu opiniões e se transformou em manchete mundial. Mas o que parecia apenas um gesto provocador tinha uma mensagem muito clara por trás.
Em entrevista dias depois, Gaga revelou o verdadeiro motivo por trás da escolha: o vestido era uma crítica ao “Don’t Ask, Don’t Tell”, uma política do governo norte-americano que proibia soldados LGBT de se assumirem nas Forças Armadas. “Se não nos posicionarmos por nossos direitos, logo teremos menos direitos do que a carne nos nossos próprios ossos”, declarou ela, em um dos momentos mais politizados de sua carreira.

Foto de Lady Gaga no MTV 2010
A reação foi explosiva. Organizações como a PETA classificaram a performance como ofensiva e desrespeitosa, enquanto críticos de moda e arte performática viram no gesto um marco de protesto estético e engajamento social. O vestido acabou sendo preservado e hoje faz parte do acervo do Rock and Roll Hall of Fame, em Cleveland, onde foi tratado e desidratado para resistir ao tempo assim como o impacto do momento que ele representa.
Na época, a ousadia de Gaga acendeu debates sobre liberdade de expressão, ativismo político e os limites da arte dentro da indústria pop. Foi muito mais do que um look chocante. Foi um manifesto.
Mais de uma década depois, aquele momento no VMA segue sendo citado como um dos mais emblemáticos da carreira da cantora e da história da premiação. Lady Gaga não apenas vestiu carne ela vestiu um grito. Um lembrete visual, cru e visceral de que o pop também pode e deve provocar, incomodar e transformar.
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