A GRAVAÇÃO QUE QUASE DESTRUIU OS VOCAIS DE FREDDIE MERCURY
Freddie Mercury sempre foi conhecido por sua entrega absurda no estúdio. Mas poucas pessoas sabem que uma das canções mais emblemáticas do Queen quase lhe custou algo essencial: a própria voz.
Durante as gravações de “Somebody to Love”, em 1976, Freddie teve a ideia de simular um coral gospel gigante usando apenas as vozes dele, de Brian May e de Roger Taylor. Isso significava empilhar dezenas de faixas vocais, camada por camada, cada uma gravada separadamente, com notas altas, harmonias e dinâmicas diferentes.
O processo foi exaustivo. Freddie chegou a passar dias inteiros cantando sem parar, repetindo trechos até que estivessem exatamente do jeito que ele queria. A busca pela perfeição era tão intensa que, em certo momento, ele mal conseguia falar ao fim das sessões, com a garganta completamente desgastada.
Segundo relatos dos engenheiros de som da época, o estúdio se transformou em um verdadeiro campo de batalha vocal. “Era como assistir alguém tentar escalar o Everest com os pulmões”, descreveu um técnico presente nas gravações. Mercury não aceitava menos do que o extraordinário mesmo que isso lhe custasse a saúde física.
Apesar do esforço sobre-humano, o resultado é inquestionável. “Somebody to Love” se tornou um marco na discografia da banda, exibindo toda a força, emoção e alcance vocal de Freddie em sua melhor forma. Mas por trás do impacto da canção, havia um preço alto sendo pago e quase silenciosamente.
Essa gravação entrou para a história não só pelo som, mas pelo que representa: o nível extremo de comprometimento de um artista que preferia se destruir tentando alcançar o sublime do que entregar algo medíocre.
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