Termo irônico sobre Trump explode online e leva político a falar em “maldade”
O presidente Donald Trump demonstrou irritação nesta quarta-feira (28) ao ser questionado sobre uma expressão que vem ganhando popularidade nas redes sociais e nos círculos econômicos: “Trump Always Chickens Out”, traduzido informalmente como “Trump Sempre Arrega”. A sigla usada para representar o termo, “TACO”, se espalhou rapidamente nos Estados Unidos, especialmente entre analistas financeiros, por conta das constantes mudanças de posição do governo em relação às tarifas comerciais.
De acordo com veículos americanos, a sigla surgiu inicialmente em uma coluna do Financial Times. Poucos dias depois, um artigo de análise do banco Saxo mencionou o termo ao comentar o recuo do governo norte-americano sobre a imposição de tarifas de 50% à União Europeia.
Durante uma entrevista na Casa Branca, uma repórter citou que o apelido estava sendo usado com frequência por profissionais de Wall Street para descrever a postura instável do governo frente às políticas de taxação. A menção irritou Trump:
“Eu recuar? Nunca ouvi isso”, respondeu de forma incisiva. “Está dizendo isso porque reduzi tarifas da China de 145% para 100% e depois para outro valor? Isso é parte da estratégia.”
O presidente então mencionou o caso da União Europeia, alegando que o bloco é quem pediu mais tempo para renegociar.
“Você chama isso de recuar? Isso é o que se chama de negociação,” rebateu. “Jamais repita o que acabou de dizer. Essa pergunta é maldosa.”
Mais tarde, ao tratar de temas ligados a investimentos no país, Trump voltou a tocar no assunto: “E ainda dizem que sou eu quem está voltando atrás. Isso é inacreditável. Na maioria das vezes, o que dizem é que estou sendo duro demais.”
Crise tarifária e impacto global
No mês de abril, Donald Trump provocou um forte abalo nos mercados internacionais ao anunciar a aplicação de tarifas de reciprocidade a dezenas de países. A decisão, apelidada de “tarifaço”, resultou em quedas expressivas nas bolsas de valores ao redor do mundo, gerando insegurança entre investidores.
Cerca de uma semana após o anúncio, o presidente norte-americano voltou atrás, afirmando que diversas nações teriam procurado os Estados Unidos para iniciar diálogos. Ainda assim, o governo não divulgou oficialmente quais países estariam envolvidos nas negociações.
A única exceção foi a China, que respondeu com medidas retaliatórias e deu início a uma escalada na guerra comercial entre as duas potências. Um acordo temporário foi alcançado no dia 12 de maio, suspendendo parte das tarifas por um período de 90 dias.
Mais adiante, em 23 de maio, Trump anunciou novas tarifas, desta vez direcionadas à União Europeia, com a promessa de impor uma taxa de 50% sobre determinados produtos a partir de 1º de junho. A declaração gerou novo mal-estar no cenário financeiro global, desencadeando uma nova onda de quedas nas bolsas internacionais.
Na ocasião, de acordo com o The New York Times, especialistas europeus demonstraram ceticismo e apontaram que a ameaça dificilmente se concretizaria. De fato, no dia 25 de maio, Trump afirmou que adiaria a aplicação das tarifas para julho, justificando a decisão como uma resposta direta a um pedido feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
