Shein aumenta preços em até 377% nos EUA antes do impacto das novas tarifas de Trump, incluindo a ‘taxa das blusinhas’
A Shein aumentou os preços de seus produtos nos Estados Unidos em até 377%, refletindo os impactos da guerra comercial impulsionada pelo presidente Donald Trump. Segundo informações da Bloomberg, o reajuste afeta diversos itens da plataforma, desde vestidos até utensílios de cozinha.
Em abril, Trump assinou uma ordem executiva que eliminou a isenção de impostos para produtos de empresas chinesas, como Shein e Temu. Essa mudança segue uma decisão similar tomada pelo governo brasileiro, que criou a “taxa das blusinhas”: um imposto de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. Além disso, Trump aumentou em três vezes o valor das taxas de importação sobre esses produtos, com a medida entrando em vigor em 2 de maio.
Antes dessa alteração, as encomendas com valores abaixo de US$ 800 (aproximadamente R$ 4,5 mil) não eram tributadas. Agora, esses pacotes poderão ser taxados em até 90% de seu valor total.
Esse cenário leva à expectativa de que os produtos dessas plataformas fiquem mais caros para os consumidores americanos. A medida já afetou os resultados dessas empresas. De acordo com dados da Bloomberg Second Measure, as vendas de Shein e Temu aumentaram significativamente nos Estados Unidos em março e nos primeiros dias de abril.
À medida que as tensões comerciais entre EUA e China continuam a crescer, espera-se que esse quadro se agrave ainda mais.
Consumidores nos EUA estocam produtos de plataformas chinesas
Com a intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, muitos consumidores americanos começaram a estocar mercadorias de sites chineses como Shein e Temu. Essa ação visa se proteger contra o aumento de preços, provocado pela implementação de tarifas anunciadas por Donald Trump.
De acordo com o jornal norte-americano “The New York Times”, os consumidores estão compartilhando suas preocupações nas redes sociais sobre as mudanças nas tarifas e os impactos que elas terão nos preços dos produtos.
Além disso, influenciadores têm viralizado vídeos alertando seus seguidores sobre a necessidade de comprar antes de 2 de maio, data em que as novas tarifas começarão a ser aplicadas. Muitos desses vídeos mostram a chegada das compras e os avisos sobre o aumento iminente nos preços.
A guerra comercial entre EUA e China
O conflito entre EUA e China continua a se intensificar. Na semana passada, os líderes dos dois países trocaram declarações contraditórias sobre a possibilidade de um acordo. Enquanto Trump afirmou que a China o procurou várias vezes para discutir as tarifas, indicando uma disposição para negociar, representantes do governo chinês desmentiram essas afirmações, pedindo que os EUA “parassem de criar confusão”.
Apesar da postura mais conciliatória de Trump, que foi vista positivamente pelos mercados financeiros, a tensão continua. China é um grande parceiro comercial dos EUA, e a preocupação é que um aumento excessivo nas taxas de importação possa levar a um aumento contínuo nos preços, impactando diretamente os consumidores americanos.
Esse aumento de preços também pode resultar em consequências para a inflação nos EUA, obrigando o Federal Reserve (Fed) a aumentar os juros, o que teria um impacto direto na maior economia do mundo.
