Com ênfase nos “valores do futebol”, Real Madrid confirma presença na decisão da Copa do Rei
Está confirmado: teremos El Clásico na grande final da Copa do Rei. Em comunicado oficial, o Real Madrid anunciou que disputará a decisão deste sábado contra o Barcelona, no Estádio de La Cartuja, em Sevilha.
A equipe madrilenha divulgou uma segunda nota pública nesta sexta-feira para reafirmar sua participação na final, após perceber que o primeiro comunicado — repleto de críticas à arbitragem — havia sido interpretado como uma possível ameaça de boicote ao confronto.
Apesar de confirmar presença em campo, o Real Madrid adotou uma postura de boicote simbólico aos rituais que antecedem a decisão. O clube não realizou a tradicional entrevista coletiva do técnico Carlo Ancelotti nem liberou qualquer jogador para falar com a imprensa. Além disso, o presidente Florentino Pérez se ausentou do jantar oficial realizado na véspera da partida.
“Diante dos rumores surgidos nas últimas horas, o Real Madrid informa que em nenhum momento considerou a possibilidade de não disputar a final deste sábado”, declarou o clube em nota oficial.
No restante do comunicado, o Real Madrid reforçou as críticas direcionadas à entrevista concedida nesta sexta-feira pelo árbitro Ricardo de Burgos Bengoetxea e explicou que decidiu manter sua participação na final da Copa do Rei por acreditar que “os valores do futebol devem prevalecer, mesmo diante da hostilidade e animosidade demonstradas na escolha da equipe de arbitragem”.
Segundo informações do jornal espanhol “Marca”, a Federação Espanhola se mantém firme em sua decisão e não considera qualquer possibilidade de alteração na escala de arbitragem para o clássico.
O duelo com a arbitragem espanhola ao longo da temporada
A crise que explodiu na véspera da final da Copa do Rei é apenas o ápice de uma longa tensão entre o Real Madrid e o corpo de arbitragem da Espanha, iniciada em fevereiro. Na ocasião, o clube enviou um protesto formal à Federação Espanhola, alegando ter sido prejudicado por erros de arbitragem na derrota para o Espanyol.
Naquele momento, Real Madrid e Atlético de Madrid travavam uma disputa acirrada pela liderança do Campeonato Espanhol, e tinham um clássico marcado para a rodada seguinte. A queixa do Real acirrou os ânimos nos bastidores e inflamou o debate sobre a atuação dos árbitros no futebol espanhol.
O Atlético de Madrid encarou a reclamação como uma tentativa do rival de pressionar a arbitragem às vésperas do clássico. Em resposta, o clube fez postagens irônicas nas redes sociais: na primeira, pediu ajuda à Real Academia Espanhola para compreender os significados dos verbos “pressionar“, “amedrontar“, “intimidar“, “coagir“, “assustar“, “influenciar” e “impor“.
Em outra ação nas redes sociais, o Atlético de Madrid reforçou o tom de provocação ao publicar uma tirinha em formato de quadrinhos, detalhando a “preparação ideal” para o clássico em quatro passos: treinamento físico, relaxamento pré-jogo, estudo do adversário e, por último, “usar sua televisão oficial para voltar a pressionar os árbitros”. A última etapa foi uma clara alusão às críticas feitas pelo canal oficial do Real Madrid em relação à arbitragem da partida contra o Espanyol.
