Após anos longe da música, Will Smith lança álbum com repercussão discreta
Will Smith, ícone global do cinema e da música, atravessa um período complicado em sua trajetória profissional. Reconhecido por uma carreira repleta de sucessos em Hollywood e por hits marcantes no universo do rap, como “Gettin’ Jiggy wit It”, o artista agora lida com um retorno pouco expressivo à música.
Após duas décadas longe dos estúdios musicais, ele lançou recentemente o álbum “Based on a True Story”, que marca sua reestreia no cenário fonográfico. No entanto, o impacto foi bastante discreto: o disco vendeu apenas 268 cópias no Reino Unido na semana de lançamento, sinalizando um início modesto para um nome tão consagrado.
Mesmo com seu prestígio acumulado ao longo de décadas, essa nova fase mostra que a recepção do público nem sempre acompanha o peso do nome.
Mais do que cifras modestas, os resultados iniciais do novo álbum de Will Smith representam um revés simbólico para um artista que já esteve no topo da indústria do entretenimento.
Com o lançamento de “Based on a True Story”, Smith apostava em um recomeço — e escolheu o mercado britânico como o principal campo de testes. Sua nova turnê, que terá início em junho no Marrocos, concentra a maior parte das datas entre julho e setembro, com cinco apresentações no Reino Unido. No entanto, a recepção fria ao álbum levantou dúvidas sobre a eficácia de sua estratégia de reconquista de público.
O projeto musical surge em um contexto delicado para o astro, cuja imagem ainda carrega os resquícios do tapa em Chris Rock durante o Oscar de 2022 — incidente transmitido ao vivo para o mundo e que lhe rendeu uma suspensão de dez anos das cerimônias da Academia, mesmo após conquistar a estatueta de Melhor Ator por “King Richard: Criando Campeãs” naquela mesma noite.
Retorno ambicioso, mas tropeçado
O plano de Will Smith era claro: o álbum seria o pontapé inicial de um movimento maior para reconstruir sua reputação. Fontes próximas ao artista indicam que ele chegou a cogitar mais dois discos, além de investir em retornos ao cinema com possíveis sequências de franquias como “Hitch”, “Hancock” e “Eu Sou a Lenda” — essa última podendo contar com Michael B. Jordan no elenco. Ele também chegou a brincar online sobre um reboot de “Matrix”, papel que recusou nos anos 90 e que acabou nas mãos de Keanu Reeves.
No entanto, “Based on a True Story” falhou em conquistar o público. Muitas das faixas, marcadas por confissões sobre sua vida pessoal e menções ao escândalo do Oscar, foram criticadas por excesso de foco no drama individual, dificultando uma conexão mais ampla com os ouvintes. Nos EUA, o álbum sequer entrou no Top 200 da Billboard — um feito negativo inédito na trajetória musical de Smith.
Cinema ainda salva o jogo
Apesar da recepção musical morna, o cinema segue como um porto seguro. Seu mais recente longa, “Bad Boys: Até o Fim”, ultrapassou a marca de US$ 400 milhões em bilheteria global, mostrando que, mesmo sob escrutínio, o carisma de Will Smith ainda é capaz de atrair multidões às salas de exibição.
Ainda assim, a jornada de reconstrução da imagem pública se mostra mais lenta e cheia de obstáculos do que se imaginava. No palco musical, o caminho do “descancelamento” parece mais difícil — e o astro, apesar de todo o talento e legado, está aprendendo que nem sempre o prestígio do passado garante um retorno de sucesso.
